Que seja eterna enquanto dure

É incrível pensar que na década de 10 do século XX o mundo ainda não havia enfrentado duas grandes guerras, nem o holocausto, nem a guerra fria, nem o muro de Berlim. Também somente os grandes visionários imaginavam o homem na lua, a avião e a televisão.
Hoje temos tantas coisas, vimos "várias variáveis" e "variações do mesmo tema".
O que nos espera na nossa década 10?

Aqui expresso meus devaneios e minha autoanálise. Opinião, expressão, literatura e vontades...

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Prisão sem muros

A consciência muitas vezes me parece uma prisão sem muros. Ela asfixia vontades, dores, verdades. Ainda traduzo a consciência como aquilo que se expressa em palavras, ditas ou escritas. Palavras nem sempre são verdades, nem sempre são realidades.
Tenho uma verdade que quer gritar, quer pular, sair, dizer bem alto. Não posso dizer...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Jo 38

Quando Ela bate a tua porta, logo te toma de susto. Por que nos julgamos sempre imortais?

Levado pelo desespero, teimo em reconhecer até onde de mim Ela poderá atingir

"Até aqui chegarás, e não além..."

Recebo um comunicado, "eu demarquei com meus limites e lhe pus ferrolho e portas"

Feliz, é hora de abrir os olhos, livrar-se do sonho e enfrentar a realidade

“Eu o demarquei com meus limites e lhe pus ferrolho e portas, dizendo: Até aqui chegarás, e não além; aqui dominarás as tuas ondas encapeladas!” (Jo 38:10-11)

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Réu confesso

Cem anos se passaram de um período muito complexo para a política mundial. Ali se moldaria o novo mapa geopolítico do mundo com a eclosão da 1ª Guerra Mundial. Mas não é o fato em si que me vem a memória neste instante. O que se gestava por trás disto era uma nova(velha) forma torturante de pensamento único, semelhante dada as devidas proporções ao que os romanos imporam ao mundo antigo, a igreja impôs na Era Média, e agora as potências capitalistas vinham a forjar naquele novo século. Todas guardam em si o totalitarismo.


O pensamento totalitário, por muitas vezes, permeou a minha consciência. Disfarçado de verdade, coloco-me a impor minhas verdades, minhas crenças em tudo com que me relaciono. Resumindo, em toda a minha experiência política fui adepto do totalitarismo. Mas ele agora me incomoda me tira o sono, me faz temer tudo aquilo que dou fé.

Em nada tem haver isto a militância por uma ruptura que liquide a exploração do homem pelo homem. Não! Não nego minha vertente política! Mas me causa temor ver no meu cotidiano minha intolerância ao diferente. E o pior! Minha arrogância por achar a vinha verdade sempre superior.

Certa vez, um amigo me falou que minhas opiniões, ou qualquer opinião, serão sempre subjetivas, ou seja, são as minhas opiniões, não necessariamente a verdade absoluta. Aquilo foi para mim o primeiro confronto com o que aqui julgo serem idéias totalitárias. A partir de então busco disciplinar e tentar ouvir o diferente. Mas confesso que a diferença ainda me perturba. Estaria eu contaminado pelo pensamento totalitário? Confesso mais uma vez que sim.

Isto me levou dia após dia a um labirinto moral. Moral no meu sentido, não tente entender a minha moral a partir de seu conceito universal. Minha moral é o meu inconsciente julgador, muitas vezes punitivo. (punição será meu tema em outros momentos)

Neste labirinto ainda não conheço a saída, e embora ele me sufoque, me tire o ar, confesso ter um prazer sádico ao enfrentá-lo. Mas se a verdade é aquilo que queremos que assim seja a minha verdade de hoje me leva a combater dentro de mim aquilo que me mantem de pé. Não acredito não respeito, refuto qualquer forma de pensamento totalitário. Então preciso travar um combate interno neste instante, não sair por ai denunciando o totalitarismo alheio, mas sim aquele que se encerra dentro de mim.

Meus amigos têm me achado estranho ultimamente. Mas não é um Márcio cabisbaixo, não! Pelo contrário, sou como aquele que perdido em meio a tempestade em alto mar, luta até o fim por avistar ao final o farol que me leve a terra firme. Isto tem me feito mais feliz.

Meus sonhos têm me punido, noite após noite. Eles vem denunciando que o caminho que tomo agora é sem volta.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Do you remenber?

Nesta nossa década de 10 completa trinta anos da entrada o rock pesado no “mainstream”. Sim! Um estilo que permeou o underground por pouco tempo logo tomou as FMs da Europa e dos EUA com riffs, solos e refrões marcantes alem de polêmicas envolvendo práticas satânicas, bebedeiras, sexo, num raro momento em que o rock se estabelecia como uma forte vertente da contracultura.


Depois da geração “powerflowers”, dos Beatles, Stones, The Who... o rock penetrava numa seara obscura marcada pela depressão capitalista, onde os países do pós guerra viam a cada dia crescer as diferenças sociais. Em meio a uma Birmingham permeada do cinza das fábricas surgia o Black Sabbath, que não via amor em sua volta, mas ódio e o medo de uma juventude assolada pelo trabalho fabril.

O Sabbath representou no rock uma transição para um novo som blues, em primeiro lugar com elementos do folk e, em seguida, com cada vez mais fortes e tons escuros até que uma nova solução para a qual o grupo tornou famosa e teria sido numerada para muitos críticos, como os principais pioneiros do heavy metal.

O cenário fervilhava e logo o rock inglês carregado por esta tônica depreciativa tomará a américa, onde tudo vira produto e o under assume a cara de Billboard. Captaneados pelo sucesso repentino do Led Zeppelin, bandas como Black Sabbath, Deep Purple, Jetrholl Tull, Aerosmith, Motorhead ganham espaço nas grandes arenas e definitivamente escrevem seus nomes na história.

Escrevo isto porque o heavy metal representa para quatro gerações o sentido transgressor tão necessário para que olhemos o mundo e dele sintamos nojo. Não, aqui não está nada bom. Portanto preciso gritar, denunciar, transgredir. Do ódio surgiram as melhores músicas do rock.

Um gênero que completa trinta anos, merece a minha mais profunda homenagem. Aqui a minha lista pessoal dos hits mais marcantes com suas letras inspiradíssimas:

1. The Song Remains the Same - Led Zeppelin


2. War Pigs - Black Sabbath

3. Child In Time - Deep Purple


4. Iron First - Motorhead


5. Wellcome to the Jungle - Guns n' Roses


6. Wellcome Home (Sanitarium) - Metallica


7. Testify - Rage Against the Machine


8. Toxicity - System of Down

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Lista pessoal de pecados capitais - o ciúme

“Tu tens certeza dos teus sentimentos?” Fui acordado um dia destes por esta pergunta. Detalhe: não era o meu inconsciente me questionando, mas sim, alguém por quem tenho demonstrado um profundo sentimento de paixão, amor e vontade de estar sempre junto.


A pergunta não poderia ser respondida senão com outra pergunta – “tu estas inseguro comigo? Não vamos estragar o que está muito bom!” E assim me deparo com um problema que impera sobre a maioria dos relacionamentos – o ciúme.

O ciúme é normal quando o consideramos como uma forma de correspondência passageira à intensidade de amor em determinado momento do relacionamento amoroso pessoal, não interferindo na vida e no relacionamento das pessoas envolvidas.

Ele passa a ser considerado anormal quando o amor entre duas pessoas visa o preenchimento narcísico daquele que sente ciúme. Para estas pessoas é muito difícil para não dizer quase impossível desenvolver e cultivar um amor verdadeiro, pois todas as suas relações (inclusas as de amizade) baseiam-se no cultivo de uma necessidade preencher um vazio próprio. Poderíamos dizer que elas não amam, apenas si amam.

Este tipo de ciúme não aparece enquanto o ciumento entender que todas as suas necessidades de amor e atenção encontram-se preenchidas. A partir do momento que ele as deixa de perceber (por exemplo, devido as demandas profissionais do parceiro) ou as vê ameaçadas por terceiros (novos relacionamentos de amizade, sentimentos de competição com os do sexo oposto, etc.), o ciúme começa a dominar e a minar sua vida, seus relacionamentos, seu trabalho.

Durante os ataques de ciúme poderemos observar uma mistura de sintomas como depressão, agressividade, inveja, ansiedade, angústia, medo (de perder o seu amor), baixa auto-estima. Estas condições que predispõem uma pessoa ao ciúme patológico também podem se mostrar de outra forma: no relacionamento com pessoas que o ciumento julga serem inferiores a ele, geralmente se mostram perfeitamente normais, mas quando se relacionam com pessoas que ela julga serem superiores a si (no intelecto, socialmente, profissionalmente, culturalmente, etc.), é comum o resgate de sentimentos como o serem esmagadas, pisoteadas, humilhadas.

Nestes casos o indivíduo se estrutura dentro de um mecanismo de defesa que visa evitar as situações de risco, passando a se relacionar apenas com pessoas que preencham suas necessidades e não ofereçam risco. Sente-se segura e em suas fantasia inconsciente sabe (ou pensa) que não irá sofrer.

É um trabalho pesaroso, lento e problemático para que estas pessoas percebam seu comportamento, trabalhem e mudem sua estrutura narcísica e reconstrua uma autoestima mais favorável. Muitos desistem no meio do caminho, outros passam a colecionar analistas e terapias as mais diversas para seu problema durante sua vida. Mas outro ponto tão importante quanto e que não deve ser esquecido nestes tipos de relacionamentos é justamente o outro, o parceiro do ciumento. Não podemos lembrar sempre apenas do ciumento e esquecer seu parceiro(a), pois caberá a ele a decisão de se deve tentar seguir ou não com este relacionamento.

Enfim... Nem tudo que reluz é ouro. E amar é correr riscos, sempre...

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Preciso imediatamente!

Estou muito curioso com um livro que vi - O dia em que Lacan me adotou. Segundo me informei, este livro traz o relato, quase romance, de uma experiência que transformou radicalmente a vida de seu autor. Em 1969, sendo então engenheiro agrônomo, Gérard Haddad encontra Jacques Lacan e começa com ele uma psicanálise. Essa aventura vai durar onze anos ao longo dos quais se terá operado uma metamorfose. Pela primeira vez, desde Freud, um psicanalista arrisca contar sua própria análise. Ele nos dá, aqui, um testemunho único sobre a prática tão controvertida de Lacan, ao qual, no entanto, o autor presta homenagem.

Entrou na fila...

A origem

Em "A origem" (Inception - 2010) Don Cobb (Leonardo Di Caprio) é especialista em invadir a mente das pessoas e, com isso, rouba segredos do subconsciente, especialmente durante o sono, quando a mente está mais vulnerável. As habilidades únicas de Cobb fazem com que ele seja cobiçado pelo mundo da espionagem e acaba se tornando um fugitivo. Como chance para se redimir, Cobb terá que em vez de roubar os pensamentos, inplantá-los. Seria um crime perfeito. Mas nenhum planejamento pode preparar a equipe para enfrentar o perigoso inimigo que parece adivinhar seus movimentos. Somente Cobb é capaz de saber o que está por vir.

O sonho é o momento mais importante da nossa saúde mental. E sonhar não é algo que ocorre somente quando durmimos. Planejar uma tarefa, imaginar nossas próximas férias, uma viagem para um lugar desconhecido, contar um filme, ler um bom livro, tudo isto é sonhar. Sonhar é imaginar, é transformar e memória aquilo que projetamos. Estamos sonhando o tempo todo e o sonho nos possibilita crescer.

Um filme inteligente como "A origem" consegue captar o que de mais original já se foi estudado sobrer o sonho, principalmente pela psicanálise. Mas salta aos olhos algo que talvez passe despercebido por quem viu o filme.

Ao planejar a invasão ao sonho alheio, tanto Cobb quanto a arquiteta Ariadne não imaginam que um segredo tão profundo, escondido no subconsciente de alguém que não quer relembrar é tão bem protegido, tão bem cercado, que faz com que a invasão torne-se uma verdadeira aventura digna de James Bond. O filme mostra com isto que nossos segredos são armados até os dentes e defendidos da invasão de nossa privacidade. É mais uma variável da nossa autodefesa.

Não gostamos de expor nossas fraquezas, nossas verdades, e quando invadidos, a resposta será sempre "armada".

Um excelente filme para discutir com um bom vinho numa roda de amigos sedentos de curiosidade. Recomendo!